sábado, 22 de dezembro de 2012

A vida pelo amor...!


         Amanda sempre que visitava aquela chácara, sua memória era inundada de lembranças e sentimentos. Ao aproximar os pés daquele lago que sua mãe lhe deu a luz, e que o mesmo lago cuidara da alma da doce e linda jovem Serena segundos depois, as lágrimas caiam de seus olhos sem nenhum esforço. Era automático, magnético. Sua vida estava ligada àquele lago para todo o sempre.
         Ela pôs os pés na beira, sentindo o gelado da água, e a areia grossa que ela pisara lhe dera a sensação de purificação. Fechou seus olhos e se lembrou dos momentos que, quando criança, pegou os retratos de sua mãe na estante da sala, e olhava em seus olhos, se perguntando, Onde ela estaria? Estaria olhando para ela? Seria feliz? Amaria alguém igual seus pais se amaram um dia?
        Não era difícil lembrar, na sua infância, pelos cantos, Amanda via seu pai chorar a cada aniversário dela, lembrando-se do acontecido. Ele amara sua mãe por demais. Conheceram-se na Bahia, numa das viagens de negócio dele, como seu pai dizia. Ela era uma morena de dar calafrios, taquicardia, de uma beleza que hipnotizava e uma sensualidade que os olhos não conseguiam olhar para outra coisa a não ser o sorriso de quando ela balançava sua saia, em uma de suas apresentações de dança para os turistas.
        Amanda se abaixou, emocionada, e pegou um pouco d´água com as mãos e molhou o rosto. Em sua pele morena escorria àquela água que lhe dera a vida, e que naquele momento ia ser responsável por mais um recomeço. Molhando seus cabelos morenos, sentindo a brisa fresca que vinha do horizonte, ela pediu:
         - Mãe Serena, aonde quer que esteja. Olhe por mim, me proteja. A mim e a meu pai. Sei que estás ai no céu, ao lado do voinho. Fique ao meu lado, faça da minha vida um mar de felicidade e amor. Muito obrigado por tudo o que fez por mim. Deu sua vida neste lago por mim, lutou até o fim pra sobreviver e por isso hoje não está do meu lado, mas, lhe retribuo sua força com toda a minha alegria em ser sua filha e meu agradecimento por tudo o que fez por mim. Amém.
         Com seu rosto banhado por lágrimas de alegria, Amanda se levantou e voltou a si com o chamado de seu pai, que se aproximou, pegou delicadamente em seu braço, enxugou as gotas que escorriam dos cabelos da filha. ­­
          - Vamos, minha filha. A cerimônia está para começar. Não se preocupe, aonde quer que Serena esteja, ela está olhando por nós. ­

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A passagem...!


            Aninha pegou sua boneca preferida, a de cabelos amarelos feitos de lã, com seus olhinhos de botão antigo e boca de linha vermelha. Bibi, como Aninha chamava sua amiga, não tinha vida, pelo menos para a maioria das pessoas, mas para ela, além de vida, ela lhe ouvia, sentia sua tristeza e suas amarguras. Era Bibi que sentia o gosto das lágrimas da menina quando ela se sentia triste, a ponto de manter o silêncio como forma de consolo. Naquele momento, o silêncio era o maior consolo que Aninha podia ter.
            Acabara de saber que sua vozinha havia falecido. Ela estava tão triste. Em seus cinco anos de idade, nada na sua vida era uma calamidade, só ficava em casa, brincava com o cachorro, e ficava com sua avó. Era sua companheira das tardes chuvosas ao som do latido dos cachorros e dos biscoitos de nata que vovó fazia. As coceguinhas, os sustos, os carinhos e afagos, os beijos de boa noite, quando dormia lá, o sorvete fora de hora, as broncas e a saudade.
Aninha não sabia, mas pegou sua avó chorando algumas vezes, ela dizia que era um vento que passou e irritou seu olho. Josefa também sentia saudades, seu marido faleceu há três anos, quando a menina tinha apenas dois de idade e nada sabia, nem andar quase. Ela se apegara a neta como forma de espantar a tristeza e tornaram-se amigas inseparáveis. Aninha chorava para dormir na casa da vó, na cama da vó; queria ficar na casa da vó; rejeitava qualquer passeio que não fosse com a avó. Uma segunda mãe, a que mima, a que cuida, a que ama por dois, três, quatro, por todos.
Naquele momento ela se viu sem ninguém. Dona Josefa partiu de madrugada, dormindo junto da neta. Aninha ao acordar, estranhou o fato de sua vovó não ter respondido. Gritou, chamou, pulou na cama e nada. Bastou um telefonema para sua mãe e o mistério foi desvendado. Apesar de não saber explicar o que estava acontecendo, pelo menos funcionou o fato dos pais de Aninha terem a feito decorar o número de casa. Criança hoje em dia é muito esperta.
E ela ficou em sua cama, chorando, sem sua amiga, ao lado de Bibi, que naquele momento era a coisa mais importante de sua vida. A que estava do seu lado, em silêncio, sem julgá-la, sem balbuciar nenhuma palavra sequer, apenas registrando aquele momento de dor da sua dona. E era somente aquilo que deveria fazer: ficar ao lado dela. O resto, a vida iria se encarregar. 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alguém...!

Sabe quando você sente que falta alguma coisa?

Que você procura, procura e acaba não achando?

E percebe que às vezes as suas atitudes podem ser em vão?

Então você está no lugar certo... Mas não tenho nenhuma solução.

Viver sozinho é uma arte que poucas pessoas conseguem e de vez em quando fico na dúvida se consigo ou não, e logo me vem à sensação de ser uma pessoa sozinha...

E logo passa, vai entender... E afinal, o que é ser sozinho?

Saber viver sozinho? Sair sozinho? Não ter companhia pra nada? Não depender de ninguém?

Viver com seus pensamentos, sem nenhum amigo pra conversar? VIVER SEM AMIGOS?

Qual a arte de ser sozinho? Eu não sei, ainda procuro esta resposta.

E ai vem à vontade de procurar alguém, ou até sinceramente falando, jogar nessa outra pessoa a falta de alguém e de diminuir essa solidão, essa vontade de estar com alguém... E não pensem que falo de sexo, namoro, beijos, amassos... Falo de pessoas especiais, amigos, companheiros, confidentes, ouvidos, bocas, mãos, abraços...

Amigos são verdadeiras relíquias, digo os verdadeiros... E aparecem do nada e se fazem nas pessoas que menos esperamos...

E nessa de querer, querer, querer... A situação foge!

Pois é, às vezes procuramos demais e acabamos saindo da rota do que estava a nossa procura...

sábado, 14 de janeiro de 2012

Olhando a janela... Da alma!

Marina estava olhando pela janela, pelo vidro as gotas batiam e caiam, na medida em que ela seguia com seus dedos pelos rastros da chuva. Aquele momento era o mais triste até agora, em toda a sua vida, em suas 22 primaveras.

Era madura o bastante quando o assunto era perdas. Perdera o pai quando tinha 13 anos devido um problema de coração. Agora o coração que doía era o dela. Era uma dor esmagadora que ela queria tirar com todas as forças que ainda lhe restavam, mas as lágrimas se misturavam com as do temporal do lado de fora. O vento batia em seu rosto e apenas congelavam as lágrimas estarrecidas em seu rosto pálido e triste.

Tivera com ele os melhores momentos e todos estes inertes em sua mente. Os maus momentos ela jogara fora. Mas ele partira. Sérgio se foi. A dor da traição era forte. Marina, confusa, não sabia o que fazer. Pegara o até então amor da sua vida com a sua melhor amiga.

Às vezes a dor independe da idade, porque a decepção é a mesma e o modo como reagimos é o mesmo. Mas nada como o tempo para curar o que se feriu, e trazer de volta o que se perdeu. Sérgio procurou Marina durante muito tempo até que se cansou. Ou estava arrependido ou apenas queria livrar seu coração do peso de ter magoado a pessoa que mais tinha lhe dado amor.

Ela não quis atende-lo e durante semanas não viu foto, página da web, músicas, isolou sua mente para o que interessava, o trabalho. Sérgio parou de correr atrás, o que a deixou aliviada. O que o coração não vê o coração não sente. Isso é a mais pura verdade. Ele havia errado e queria corrigir o erro. Mas isso só o tempo se encarrega.

Às vezes temos que deixar nossos problemas e nossos corações nas mãos do tempo. Este que tem todas as curas, para todo o tipo de mazela. Só não tinha para o que era inevitável. Marina estava no segundo mês de gravidez. Os enjoos não eram por causa do término, era pelo começo. Começo de uma nova vida, um novo caminho.

Acaba-se uma relação de amor e começa-se outra. Oposta, mas, interligada. E foi com esse pensamento que ela, Marina, adentrou no carro de Sérgio. Ela tinha ligado pra ele e disse que precisava conversar. Ele prontamente atendeu.

- Eu tenho uma notícia pra te dar. Não que eu esteja infeliz. Mas, após todos os acontecimentos eu, tenha me recusado a aceitar. Mas ele não tem culpa do que aconteceu e nem do que eu passei. Apenas o futuro lhe pertence.

- Do que você está falando Marina? - Sérgio tinha um encontro marcado com uma loira... Estava sedento por sexo e só isso lhe importava. Até este momento.

- Eu estou grávida Sérgio. Eu vou ter um filho seu. – E as lágrimas vieram novamente em seu rosto, junto da chuva, que começara a cair lá fora.

Tentativas...

02:21 de Sábado.

Penso seriamente em fazer uma loucura neste sábado.

Não que eu seja devoto de loucuras e saia toda a semana pra farrear...

Quase isso... Bem que eu queria... Queria sair com os amigos...

(Quem disse que eles vão?) – As panelinhas se juntam na sexta e sábado a noite para se divertir...

E eu, arrumando aonde ir... Augusta? Baladas? Barzin? CASA?

Faz tempo que não saio para dar risadas com os amigos e tomar uns bons drinks

14:25 de sábado ainda...

Queria fazer alguma coisa, mas a ventania lá fora não me permite criar esperanças...

Um shopping? Cinema? Compras... Mas tô sem grana... hauhau

Será que vou com uns amigos pra Augusta? Ainda tô na vibe dos bons drinks...

Mas e essa ventania...

00:18 de Domingo...

Não sai, a ventania continua, em menor grau e acompanhada da chuva...

Minha tentativa de ir ao shopping cai por terra abaixo... Por preguiça abaixo na verdade...

Fiz 24 horas ininterruptas em casa e esse não foi meu máximo de horas conversando com as paredes...

Minha meta para o Domingo é fazer algo de diferente... Nem que para isso eu tenha que ir até a padaria... hahaha... Ai ai... Sono bate...

Não quis ir para a Augusta, mas, a minha amiga foi e a esta hora deve estar alucinada e bem louca...

O cinema eu deixei pra semana, uma amiga minha me fez uma proposta e vamos ver...

Os bons drinks eu deixo pra outra oportunidade... Vou dormir!