sábado, 9 de abril de 2011

Poema bobo de amor!

Um barquinho,

Um redemoinho,

Uma solidão desenganada,

Um amigo, um vizinho,

Uma tristeza que não tem explicação.

A solidão,

Uma dedicatória,

Um amor,

Uma contradição,

Chega sem avisar e arremata o coração.

O comprometimento,

Fazer alguém feliz,

Não está escrito em nenhum lugar,

Na arte de se amar,

De amar um outro alguém.

Aviso aos navegantes,

Amar é sem volta,

Viagem de altos e baixos,

Mas o que são os declínios,

Ao lado de alguém que se ama?

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Conquista!

- Você salvou a minha vida... - Disse Maria, deitada na praia, cheia de areia e cuspindo água do mar, olhando a meio olho para aquele Deus, aquele homem, aquela fortaleza.

- Você quase foi dessa pra melhor, hein mocinha.

- Eu podia ter ficado sem essa. - Pensou ela, levantando-se. Acabara de completar dezoito anos e estava com o tesão a flor da pele. Não fosse aquele bumbum e aquele belo par de seios, os homens a achariam muito mais criança.

- Está melhor? - Perguntou... - Mário, prazer, salva-vidas da praia. Pode contar comigo pra o que quiser. - Ele a segurou com força nos ombros, fazendo Maria tremer, de prazer...

- Sim, estou melhor sim, melhor agora... Muito obrigada Mário. Temos algo em comum, o nome. Prazer, Maria.

- Ah, que coincidência... - Ele deu aquela risadela amarela, Maria só não sabia se era da coincidência ou do biquini amarelo com bolinhas vermelhas que ela usava. - Só não digo que foi um prazer te salvar, porque se afogar não é nada legal.

- Parece meu tio falando. - Pensou ela. - Então posso te pagar esse salvamento com uma cerveja? - Disse Maria na lata, deixando Mário um pouco encabulado.

- É que não misturo trabalho com diversão. - Mário sem jeito.

- Mas a diversão pode vir depois do trabalho, não acha?

- Bem... - Mário, pensativo, olhava Maria com ardor e seu tesão falou mais alto. - Hoje a noite, talvez?

- Te espero no píer, próximo do açaí. - Com uma piscadela e uma tosse contida, Maria sai andando fazendo charme após mais uma conquista, feita as duras penas.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

ESCALADA

JORNAL SURREAL - O JORNAL NADA A VER DA SUA TV. ESCALADA


Lúcia - No jornal surreal de hoje veremos:


Renato - Tsunami invade Estados Unidos e a presidente Hillary Clinton pede ajuda ao Japão.


Lúcia - Como maior potência mundial, Brasil se consolida e real se mantem forte e ultrapassa Iene.


Renato - Rio de Janeiro Cedia a maior Olimpíada de todos os tempos e sua rota turística está em alta.


Lúcia - U2 assina contrato com Credicard Hall e irá fazer um show por semana durante um ano pelo preço de um real o ingresso.


Renato - SBT fica na liderança e além de feliz se torna a TV que mais fatura no pais.


Lúcia - E Silvio Santos comemora seu coração mecânico e se prepara para virar imortal da academia.


Renato - Lula se torna o líder do PCC e vira Rival de Marina Silva, a nova presidente do Brasil.


Lúcia - Rubinho quase deixa Alonso em segundo mas preferiu vencer, esse é o quadragésimo prêmio seguido do corredor.


Renato - Corinthians vai a falência e é comprado pelo Palmeiras, que junto de Santos e São Paulo, organizam um museu em homenagem ao antigo time de Ronaldo.


Lúcia - Está no ar o seu, o meu, o nosso.


Renato - Jornal Surreal, o jornal nada a ver da sua TV.


Lúcia - Vamos a um breve intervalo comercial e voltamos já.

Amores e partidas

- Achei que nunca amaria ninguem assim. - Disse Miguel, sentado no muro, com roupas de basquete, NBA, era fã, e brincando com uma bola entre as mãos.

- Não sei, acho que ainda estou em dúvida. - Gabriel chegou mais pra perto. Vestia uma calça djeans larga, estilo hip hop, camiseta larga e boné pra trás.

- Dúvida de quê? Posso saber? - Miguel, parou com a bola e a deixou, e ficou em pé, olhando nos olhos verdes de Gabriel.

- Se eu amo muito, ou se é apenas o amor da minha vida.

- Eu já tenho a sua resposta. - Miguel lhe pegou pela mão e delicadamente encostou seus lábios nos de Gabriel e fechou os olhos.

- Alguem pode nos ver... - Gabriel medroso olhava para os lados.

- Não se preocupe. Estamos juntos. Eu o amo, Gabriel, amo mais que tudo nessa vida. É algo novo pra mim, mas eu sei, com toda a certeza, que eu o esperei a vida toda.

- Eu... Eu... Eu amo você Miguel. - E beijaram-se como se não houvesse mais nada nesse mundo, pessoas, família, problemas, pai doente, contas, nada abalasse aquela relação, aquele circulo de afeto, aquele enlace de amor que rondava aqueles dois corpos, prontos para se amarem para toda a eternidade. - Eu tenho medo Miguel, não tenho o dinheiro nem a coragem que você tem.

- E quem disse que dinheiro faz alguma diferença. Se meu pai souber que quero me casar com o homem me deserda e me espulsa de casa...

- E você quer isso? - Gabriel afasta delicadamente Miguel de seus braços, confuso.

- Se for para estar do seu lado eu faço qualquer coisa. Eu amo você Gabriel. E seu pai doente, poderiamos dar um jeito.

- Pra você que tem dinheiro é muito mais fácil. É só uma ajuda aqui e ali e nada mais.

- Não quis dizer isso, mas pra sermos felizes, é isso ou nada. Você não me ama? Podemos fugir para longe e vivermos nosso amor em paz... Olhe para mim Gabriel... - Miguel o toca no rosto e com lágrimas nos olhos pergunta. - Quer casar e ser feliz comigo, Gabriel? Meu amor, vamos ser felizes juntos, longe de tudo e todos...

- Eu te amo também, meu amor... - Gabriel não contém as lágrimas. - Eu nunca amei alguem na vida igual eu amo você, mas não é tão fácil quanto parece. Se eu fujo de casa com um cara o velho morre do coração e minha mãozinha não vai aguentar, minha irmã não serve pra nada. Tenta entender, não posso mais levar isso pra frente. Está tudo acabado.

- Como? Espera meu amor, espera Gabriel... Espera. - Ele o segura pelo braço, Gabriel solta sua última lágrima.

- Eu vou embora, mas, nunca se esqueça de uma coisa. Independente de qualquer coisa, você, somente você, é o maior amor da minha vida. - Gabriel sai, deixando Miguel sem perspectiva de vida, sem seu maior amor, sem sua vida.

O fogo de quem erra!

- Que lugar é esse? – André andava por entre pequenas pedras em um bosque, com árvores espaçadas e o vazio de pessoas, apenas o barulho dos pássaros. Vestia uma roupa braça, azulada, delicada. Pés descalços. – Onde estou? – Grita ele não se conformando em não obter resposta. – Mas que lugar é esse que eu estou, se ninguém me responde, estou só? O que querem me mostrar, tem alguém aqui? Alguém responde...

- Acalme-se jovem... – Uma mulher de cabelos e olhos negros apareceu em um vestido, com brilhantes, reluzentes. Ofuscavam os olhos de André a ponto de nem se lembrar do desespero.

- Eu... Me esqueci do que me afligia... O que é esse lugar? O que faço aqui, moça bonita? - André se aproximou dela, olhou direto nos olhos negros e viu seu reflexo, um rosto distorcido.

- Não se lembra? Do acidente na fábrica? - Ela segurava em suas mãos e por mais que tentasse André não se aquietava.

- As chamas, a fábrica?, Angélica, Ana, Guilherme, Marcos, eu... Onde estou moça. - André tocou em seu rosto e lágrimas de tristeza cairam facilmente de seus olhos. - Eu morri?

- A pergunta não é essa, é estou vivo aonde? Mas se queres saber, esta morto sim. - Disse ela em tom Angelical.

- E aqui é o céu? - André sentiu um amargor na boca, fumaça surgia no ambiente e um vento soprava levantando os lindos cabelos morenos... Estavam ficando ruivos. Os olhos dela estavam fumejando. - Seus olhos estão... Vermelhos...

- Sim André... E se quer saber, aqui não é o céu...

- Como não é o céu? - Andando de costas, André tenta se afastar, mas ELA o intercepta e o trás para si, ele duro, feito estátua, pedra. - Me solte. Não fiz nada.

- Como não fez nada? Colocou fogo na fábrica como tentativa de matar seu pai e ficar com a herança, fugiu de seu destino e ficar rico, mas nada saiu como o planejado, garotinho mimado. - As unhas dela cresceram e seu rosto delicado deu lugar a um com rugas nefastas e labaredas brotaram da terra.

- Eu não tive a intenção, eu juro, sou inocente. - Ele, feito pedra, suplicava perdão.

- Venha pedir perdão ao rei. VENHA JURAR EM FALSO NO INFERNO. - E se fez o fogo. O fogo de quem erra.