sábado, 14 de janeiro de 2012

Olhando a janela... Da alma!

Marina estava olhando pela janela, pelo vidro as gotas batiam e caiam, na medida em que ela seguia com seus dedos pelos rastros da chuva. Aquele momento era o mais triste até agora, em toda a sua vida, em suas 22 primaveras.

Era madura o bastante quando o assunto era perdas. Perdera o pai quando tinha 13 anos devido um problema de coração. Agora o coração que doía era o dela. Era uma dor esmagadora que ela queria tirar com todas as forças que ainda lhe restavam, mas as lágrimas se misturavam com as do temporal do lado de fora. O vento batia em seu rosto e apenas congelavam as lágrimas estarrecidas em seu rosto pálido e triste.

Tivera com ele os melhores momentos e todos estes inertes em sua mente. Os maus momentos ela jogara fora. Mas ele partira. Sérgio se foi. A dor da traição era forte. Marina, confusa, não sabia o que fazer. Pegara o até então amor da sua vida com a sua melhor amiga.

Às vezes a dor independe da idade, porque a decepção é a mesma e o modo como reagimos é o mesmo. Mas nada como o tempo para curar o que se feriu, e trazer de volta o que se perdeu. Sérgio procurou Marina durante muito tempo até que se cansou. Ou estava arrependido ou apenas queria livrar seu coração do peso de ter magoado a pessoa que mais tinha lhe dado amor.

Ela não quis atende-lo e durante semanas não viu foto, página da web, músicas, isolou sua mente para o que interessava, o trabalho. Sérgio parou de correr atrás, o que a deixou aliviada. O que o coração não vê o coração não sente. Isso é a mais pura verdade. Ele havia errado e queria corrigir o erro. Mas isso só o tempo se encarrega.

Às vezes temos que deixar nossos problemas e nossos corações nas mãos do tempo. Este que tem todas as curas, para todo o tipo de mazela. Só não tinha para o que era inevitável. Marina estava no segundo mês de gravidez. Os enjoos não eram por causa do término, era pelo começo. Começo de uma nova vida, um novo caminho.

Acaba-se uma relação de amor e começa-se outra. Oposta, mas, interligada. E foi com esse pensamento que ela, Marina, adentrou no carro de Sérgio. Ela tinha ligado pra ele e disse que precisava conversar. Ele prontamente atendeu.

- Eu tenho uma notícia pra te dar. Não que eu esteja infeliz. Mas, após todos os acontecimentos eu, tenha me recusado a aceitar. Mas ele não tem culpa do que aconteceu e nem do que eu passei. Apenas o futuro lhe pertence.

- Do que você está falando Marina? - Sérgio tinha um encontro marcado com uma loira... Estava sedento por sexo e só isso lhe importava. Até este momento.

- Eu estou grávida Sérgio. Eu vou ter um filho seu. – E as lágrimas vieram novamente em seu rosto, junto da chuva, que começara a cair lá fora.

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