sábado, 5 de fevereiro de 2011

CRÉDITO!

Emerson havia acabado de ganhar o salário e pra ele foi a FESTA. Seu primeiro salário, o grande salário. Nunca havia trabalhado antes e para este primeiro pagamento queria que o momento fosse único. E foi, um dia somente bastou para que gastasse tudo e criasse inimizades.
Entrou em um out let de uma famosa marca de trajes e sapatos esportivos, foi olhando com seu refrigente gigante em uma mão e imensas sacolas na outra. Estava despreocupado com o mundo. Afinal de contas, quem é que gasta pensando em alguma coisa?, pensava ele.

- Olá, posso ajudá-lo em alguma coisa? - Perguntou a vendedora, que em menos de cinco minutos se arrependeria da graciez de sua fala.
- Claro que pode, você é a vendedora ou não?
- Sim senhor, pode me dizer o que deseja. - Auriane, a vendedora, respirou fundo e relaxou, já sabia como lidar com aquele tipo de cliente.
- Tem mais desse número? Dessa calça marrom?
- Desculpe senhor, não tem mais.
- Como não tem mais, que vendedora é você? Eu estou pedindo, corre atrás.
- Desculpe, mas essa é uma out let, não há como senhor. Mas tem daquele modelo ali...
- Não quero. Queria aquela. - E Emerson saiu andando pelos departamentos como se fosse o último milionário. - Esse sapato não tem o número também?
- Tem, mas não dessa cor, somente branco.
- Mas que merda é essa? Aquelas calças ali...?
- Senhor... Essas calças...
- Não gostei do tecido. As mochilas estão com desconto também?
- Sim, certamente.
- Vou levar uma mochila. Aquela ali em cima. - Emerson parecia se divertir com a dificuldade de Auriane de se levantar para pegar. varias mochilas cairam juntas e ele ria por dentro. - Muito obrigado.
- Gostaria de mais alguma coisa?
- Vou ver as camisas. - Após experimentar exatamente 25, pegou uma. Branca.
- Pagamento com o quê?
- Crédito, por favor. Não. Não. - A mulher do pacote parou. - A mochila você coloca na sacola grande, por favor.
- Mas a sacola é muito grande. - Disse Auriane.
- E a camiseta você embrulha pra presente.
- Em nome de quem? - Penguntou a empacotadora.
- No meu mesmo. Aliás, onde eu encontro uma loja de chocolates por aqui?
- Não sei informar senhor.
- Como não. Não sabe atender, não faz nada, não tem nada e nem sabe informar. Que vendedora é você? - Auriane lhe deu o canhoto do cartão para ele assinar, e assim que o fez Emerson saiu bufando. Auriane respirou fundo e foi ao próximo atendimento.

Dizem que dinheiro na mão é vendaval. Mas quem nunca se perdeu por dinheiro que gaste o primeiro no crédito!

Um comentário:

Anônimo disse...

já me perdi por causa do dinheiro sim, mas nunca humilhando as pessoas.

odeio gente assim!

mas infelizmente sua história é bem real!