terça-feira, 29 de julho de 2008

A sapatilha da bailarina!

Érika não era muito de sair, ficava estudando o dia inteiro e não se cansava. Quando não estudava ficava na internet ou saia com os pais para jantar ou fazer um passeio educatico. "Filha, você não cansa não? Suas amigas vivem ligando em casa te chamando pros lugares, e você só estudando, lendo, estudando. Quando vai sair do casulo, hein? ..." Sua mãe perguntou isso e ela nem se deu ao trabalho de responder, e nem de ouvir o resto. No dia seguinte ela foi pra escola e por mais impossível que isso pareça, não prestou a atenção na aula de matemática. "Mas porque será que a pergunta da minha mãe não sai da minha cabeça? Casulo? É pecado querer estudar?" pensou após um bocejo gostoso. No caminho de casa ao passar num bar que estava com a TV ligada, uma reportagem a intercepta. Era a história de um garoto de 13 anos que fazia parte de uma quadrilha de ladrões de banco que ao assaltar o ultimo levara um tiro na cabeça. "Nossa. Depois minha mãe briga por eu estudar demais." e atende o celular. Era novamente uma amiga chamando-a pra sair, "Vamos? É sexta, vamos se divertir, vai?" e com mais uma resposta negativa ela desligou. Mais ou menos umas cinco da tarde sua mãe pede que pegue uma antiga forma de bolo no quartinho dos fundos. Foi contrariada se enfiar no meio do pó. "Quanta coisa, onde pode estar essa forma, meu Deus?" e tratou de procura-la naquela bagunça. Olhando pra direita, voltou pra esquerda, "Mas onde é que está essa coisa, gente?" e viu um aluminio usado na prateleira de mogno um tanto velha. Não vendo o que estava em cima da forma, ela toma um susto quando cai um caixa. Ficou analisando pra ver se tinha algo diferente, de quem era, de onde aquilo poderia ter vindo e quando abriu se deparou com uma simples sapatilha. "De quem será essa sapatilha?", se perguntou. "Era de sua avó", e Érica bateu com a cabeça na estante com o tamanho susto que levou. "Nossa filha, credo, sou eu." e as duas cairam na gargalhada depois do pequeno choro de dor de Érica. "Minha avó era bailarina? Mas desde quando? A senhora tem fotos dela? me fala." ela não se continha de perguntas. "Infelizmente não minha filha. Faz tempo que essa sapatilha está ai. E também faz tempo que não venho me recordar dos velhos tempos nesse quarto. Ela sempre quis ser bailarina mas não tinha um peso certo pra essa profissão. Me contava que chorava toda noite quando se lembrava do teste. Fez vários e não passou em nenhum. Até que um certo dia...", ela resolve fazer um pouco de suspense. "Fala mãe." apressava Érica de curiosidade. "No seu baile de formatura, ela com seu padrinho deram um banho de dança no salão e convidaram ela pra fazer parte da companhia. Não é só ficar em casa se lamentando e estudando que as coisas vão acontecer. A diversão também conta." e riram as duas. "Mas pode ter sido coincidência? Mas como eu vou me tornar uma engenheira famosa indo pra balada? ah..." e de tanto pensar resolveu retornar a ligação pra amiga.

2 comentários:

Adriano Veríssimo disse...

Olá Rafael!
Muito bacana teu "canto". Faz tempo que não vejo blogs "só" de contos, continue...passarei por aqui sempre para conferir.

grande abraço

= )

Anônimo disse...

Oi rafa!
Bons textos..li o da Marina e do Marcelo..e o do Batizado tb.Mas preferi o da Bailarina mesmo! rsrsrs...
beijinhos..Até amanhã! :)