quinta-feira, 7 de abril de 2011

O fogo de quem erra!

- Que lugar é esse? – André andava por entre pequenas pedras em um bosque, com árvores espaçadas e o vazio de pessoas, apenas o barulho dos pássaros. Vestia uma roupa braça, azulada, delicada. Pés descalços. – Onde estou? – Grita ele não se conformando em não obter resposta. – Mas que lugar é esse que eu estou, se ninguém me responde, estou só? O que querem me mostrar, tem alguém aqui? Alguém responde...

- Acalme-se jovem... – Uma mulher de cabelos e olhos negros apareceu em um vestido, com brilhantes, reluzentes. Ofuscavam os olhos de André a ponto de nem se lembrar do desespero.

- Eu... Me esqueci do que me afligia... O que é esse lugar? O que faço aqui, moça bonita? - André se aproximou dela, olhou direto nos olhos negros e viu seu reflexo, um rosto distorcido.

- Não se lembra? Do acidente na fábrica? - Ela segurava em suas mãos e por mais que tentasse André não se aquietava.

- As chamas, a fábrica?, Angélica, Ana, Guilherme, Marcos, eu... Onde estou moça. - André tocou em seu rosto e lágrimas de tristeza cairam facilmente de seus olhos. - Eu morri?

- A pergunta não é essa, é estou vivo aonde? Mas se queres saber, esta morto sim. - Disse ela em tom Angelical.

- E aqui é o céu? - André sentiu um amargor na boca, fumaça surgia no ambiente e um vento soprava levantando os lindos cabelos morenos... Estavam ficando ruivos. Os olhos dela estavam fumejando. - Seus olhos estão... Vermelhos...

- Sim André... E se quer saber, aqui não é o céu...

- Como não é o céu? - Andando de costas, André tenta se afastar, mas ELA o intercepta e o trás para si, ele duro, feito estátua, pedra. - Me solte. Não fiz nada.

- Como não fez nada? Colocou fogo na fábrica como tentativa de matar seu pai e ficar com a herança, fugiu de seu destino e ficar rico, mas nada saiu como o planejado, garotinho mimado. - As unhas dela cresceram e seu rosto delicado deu lugar a um com rugas nefastas e labaredas brotaram da terra.

- Eu não tive a intenção, eu juro, sou inocente. - Ele, feito pedra, suplicava perdão.

- Venha pedir perdão ao rei. VENHA JURAR EM FALSO NO INFERNO. - E se fez o fogo. O fogo de quem erra.

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