quinta-feira, 28 de abril de 2011

Gente atrapaiada sô!

- Filha! Filha! Oh Menina! – Grita dona Matilde, que do quintal pendurava as roupas e os lençóis naquela quinta-feira nublada.


- O que é que foi mãe?... Coisa chata. – Amélia saiu do quarto arrumando os brincos largos em suas orelhas delicadas.


- Filha, cê vai sair? Vorta tarde? – Matilde entra brevemente na cozinha e sai com sua bolsinha simples de dinheiro.


- Que isso? – Amélia arrumava suas coisas na mochila.


- Minha borsa de dinheiro ué... – Explica Matilde com a bolsinha na mão.


- Tá... E pra que isso?


- É dinheiro fia...


- Que é dinheiro eu sei, mas pra que? – Amélia a olhava com curiosidade e receio do que poderia vir.


- Ué, pra que se usa dinheiro fia?


- Pra comprar...


- Então, uai, qual a dúvida?


- O que eu vou comprar?


- Mas eu ainda num falei.


- Então fala...


- Hi... Esqueci fia... Cê fica me atrapaiando, menina... Vô te conta...


Então Amélia foi pra escola, já que era a única coisa que lhe restava... Família!

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